segunda-feira, março 31, 2008

Metro do Porto

Metro do Porto: Projectos preparam melhores acessos de deficientes a transportes públicos

Porto, 28 Mar (Lusa) - Os deficientes visuais vão ter acesso, via telemóvel, a toda informação dos sistemas de transportes públicos graças à implementação de projectos desenvolvidos pela Metro do Porto.

Numa parceria entre a Metro do Porto, Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP) e a Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), os projectos INFOMETRO e o NAVMETRO, apresentados hoje, visam melhorar a acessibilidade aos transportes públicos.

Os projectos incluem sistemas de apoio aos clientes cegos e com deficiências visuais que, através de um telemóvel, podem ligar para uma linha gratuita e aceder a toda informação e sinalética em formato áudio, dentro e fora do sistema Metro do Porto.

Incluem ainda várias medidas que facilitam a acessibilidade em geral de pessoas com deficiência aos transportes públicos.

"Os dois projectos são sistemas que vão permitir uma grande autonomia por parte dos utilizadores, pois tivemos o cuidado para evitar qualquer tipo de barreiras arquitectónicas, criar sinalizações nos pisos para indicar as escadas, rampas e elevadores para o acesso às estações e faixas com diferenciação cromática nos bordos dos cais", afirmou, em declarações à Lusa, o arquitecto da Metro do Porto Manuel Teixeira.

Manuel Teixeira adiantou que o objectivo deste encontro "é perceber as dificuldades que existem na implementação dos projectos, para que saiam dessas salas o mais rápido possível e virem uma cultura nas empresas e na sociedade".

"Os projectos já saíram do papel, através de equipas que realizaram ensaios com clientes cegos em laboratórios da FEUP e na estação da Trindade. Já comprovámos que a arquitectura do sistema funciona com eficácia e prevemos dentro de seis meses disponibilizar os novos serviços", acrescentou o arquitecto.

Diamantino Freitas, da FEUP, disse que a Faculdade de Engenharia tem desenvolvido projectos de recursos adicionais para a acessibilidade dos deficientes desde 2000, mas que apenas a partir de 2004, através do programa Inclusão Digital, foi possível avançar com as ideias.

O director da ACAPO, Peter Colwell, afirmou que, embora este sistema seja pioneiro em Portugal, tem esperanças de que solucione as lacunas de informação e orientação dos deficientes visuais.

Diamantino Freitas adiantou que no final de Junho de 2008 espera que os protótipos já estejam avaliados, e que o próximo passo "é colocar o serviço em marcha".
Agência de Notícias de Portugal, S.A.2008-03-28

sexta-feira, março 28, 2008

Iniciativas

Foi publicada em "Diário da República" a Resolução do Conselho de Ministros nº51/2008, de 19 de Março, que, entre outras disposições, cria um regime especificamente dirigido a beneficiários da iniciativa com necessidades educativas especiais de carácter permanente, garantindo-lhes o acesso a computadores adaptados, sem quaisquer encargos adicionais.
http://www.inr.pt/bibliopac/diplomas/res_51_2008.htm

quarta-feira, março 12, 2008

Alguns autocarros não cumprem as normas para deficientes

Os transportes públicos de Vila Real, entregues à Corgobus, não garantem, na totalidade, o acesso a utentes deficientes, designadamente os que se deslocam em cadeira de rodas.

Márcio Martins, de 23 anos, é um desses cidadãos e, apesar de "ter escrito no livro de reclamações da empresa" e de se ter "queixado à Câmara de Vila Real, não obteve qualquer resposta às suas solicitações.

Em causa está a circulação de autocarros que não possuem rampa de acesso nem lugares destinados a deficientes. O estudante de Engenharia da Reabilitação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), natural de Amarante, tem "muitas vezes de pedir boleia aos amigos, para regressar à residência de estudantes", referiu.

O investigador da UTAD, Francisco Godinho, apoia o aluno e diz que "a empresa tem a cumplicidade da Câmara, que está a permitir que seja contornada a legislação".

João Queirós, administrador da Corgobus, recorda que "ainda recentemente a UTAD apresentou um estudo sobre os transportes públicos com resultados muito positivos", e garante que "as viaturas têm todas a aprovação do Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres e que o contrato existente com a autarquia está a ser integralmente cumprido". O responsável acrescenta, no entanto, que se trata de uma "situação temporária, que estará resolvida em Junho, com a chegada de novos autocarros, que demoram algum tempo a ser construídos".

João Queirós diz que a empresa já falou com Márcio, "mas tendo em conta os meios de que dispomos e o facto de os seus horários coincidirem com os da maioria dos alunos da UTAD, para garantirmos lugar para ele, temos de deixar nas paragens outras 50 pessoas, porque temos de usar um autocarro mais pequeno".

O presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Manuel Martins, considera "estranhas estas queixas, quando 10 dos 13 autocarros têm acesso para deficientes. E desafia Francisco Godinho a efectuar uma avaliação dos transportes públicos de outras cidades para comparar os serviços". O autarca recusa, terminantemente, a acusação de "cumplicidade", afirmando que "a cumplicidade da autarquia é apenas com os cidadãos".
Fonte: Jornal de Noticias

segunda-feira, março 10, 2008

RTP legenda noticiários

O projecto, designado como Tecnovoz e hoje apresentado pela estação pública,, consiste num sistema de legendagem automática desenvolvido pelo Laboratório de Sistemas de Língua Falada do INESC-ID Lisboa em colaboração com a RTP.

Trata-se de um sistema de reconhecimento automático de fala que transcreve para texto o áudio produzido nos telejornais, ou seja, «transforma sons em palavras e em números escritos», explicou um responsável do INESC.

Com um vocabulário de 100 mil palavras, as legendas são apresentadas em diferentes cores para os oradores masculinos - branco - e para os oradores femininos - amarelo.

A iniciativa inicia-se sexta-feira - dia em que a RTP cumpre 51 anos - com carácter simbólico de celebração do aniversário, explicou Guilherme Costa, presidente do conselho de administração da RTP.

«É uma iniciativa inovadora, que cumpre o serviço público de melhorar as acessibilidades. Ninguém mais tem um sistema de reconhecer a voz a legendar em tempo real. Sendo um sistema inovador, tem um carácter experimental e deverá sofrer uns pequenos ajustes nos primeiros tempos», acrescentou Guilherme Costa.

Segundo Francisco Teotónio Pereira, responsável da área de multimédia, na base desta iniciativa estão «três princípios fundamentais: acesso universal para todos, sem custos para os utilizadores e acesso a funcionalidades adicionais em função das necessidades do público».

A RTP tenciona aumentar o número de programas com esta funcionalidade - legendagem em português - com uma especial atenção para o público infantil que está a começar a ler, adiantou.

Para já, o público poderá passar a seguir o «Jornal da Tarde» e o «Telejornal» através da legendagem, que selecciona na nova página 885 do teletexto.

Sendo um sistema totalmente automático, tem vantagens, mas também tem riscos e problemas, um dos quais consiste num certo atraso com que as legendas aparecem no ecrã em relação às vozes, alertou o responsável do INESC.

«Há um tempo de latência de aproximadamente 6,5 segundos. O reconhecedor funciona em 3 a 4 segundos e a criação da legenda demora outros 3 segundos. Os dois juntos geram o atraso que o
sistema actualmente tem», explicou.

Outro problema prende-se com o facto de a legenda só ficar no ar durante o tempo da intervenção do orador, pelo que se alguém fala com um ritmo muito acelerado, a legenda também fica pouco tempo.

A secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, sublinhou o carácter inovador a nível mundial do Tecnovoz, revelador da capacidade portuguesa de participação e de adesão a novos projectos.

«Portugal tem hoje um conjunto de respostas e projectos inovadores que se afirmam em todo o mundo, mas continua a ter dificuldade em divulgar» considerou, acrescentando haver hoje «um conjunto de respostas para cidadãos com necessidades especiais», para as quais a RTP «deu um contributo muito grande ao permitir que o acesso à informação e à comunicação seja para todos».

O Tecnovoz estará em permanente avaliação pelos utilizadores e em constante alteração com vista a melhorar a sua qualidade.

Fonte: http://sol.sapo.pt