sábado, março 31, 2007

Assinatura da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

Com a presença da Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, e a Secretária Nacional para a Reabilitação, Luísa Portugal, Portugal assina hoje, dia 30 de Março 2007, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, a primeira Convenção de Direitos Humanos do Século XXI sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Porque, os Direitos Humanos, a sua defesa e cumprimento são uma decisão política, de cidadania e de compromisso com a humanidade esta assinatura reveste-se de um forte significado para as cerca de 650 milhões de pessoas com deficiência em todo o mundo. O que significa que constituindo 10% da população mundial as pessoas com deficiência são a maior minoria do mundo.

Esta Convenção não visa criar novos direitos, mas assenta especificamente na promoção e defesa da não discriminação das pessoas com deficiência em todas as áreas da vida onde os Direitos fundamentais estão presentes. Os Estados-membros acreditam que esta Convenção, no entanto, era necessária porque as pessoas com deficiência continuam a representar um dos grupos mais invisiveis das sociedades e que os seus direitos têm sido frequentemente ignorados ou negados em muitos países do Mundo.

PEV questiona Governo sobre acompanhamento de emissões televisivas por surdos


Lisboa - A deputada do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) Heloísa Apolónia entregou, sexta-feira, na Assembleia da República (AR), um requerimento a questionar o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, sobre o acompanhamento das emissões televisivas por pessoas surdas ou com deficiência auditiva.

«Que intervenção tem tido este Governo no sentido de incentivar o cumprimento efectivo da obrigação da RTP de `promover a possibilidade de acompanhamento das emissões por pessoas surdas ou com deficiência auditiva´, conforme estipula o artigo 47/o da Lei da televisão?», questiona a parlamentar.

Heloísa Apolónia quer também saber que programas na televisão pública promovem esse dever e a que percentagem/quantidade correspondem, tendo em conta a totalidade da programação da RTP.

A deputada questiona ainda por que razão, actualmente, os programas de informação da estação pública não cumprem já todos essa obrigação.

Em 2001, «Os Verdes» apresentaram um projecto de lei que visava alterar a Lei da Televisão, por forma a «assegurar a todos os cidadãos igualdade de acesso à informação e à programação em geral, implicando, desta forma, o recurso à legendagem ou à interpretação gestual para as pessoas surdas ou com deficiências auditivas», e que foi aprovado no Parlamento.

Dessa aprovação resultou a Lei n/o 8/2002, entretanto revogada pela Lei n/o 32/2003, tendo, contudo, ficado consagrada, como obrigação específica dos operadores que actuam ao abrigo de concessão do serviço público de televisão, a promoção da possibilidade de acompanhamento das emissões por pessoas surdas ou com deficiência auditiva.

Todavia, lembra a deputada, o contrato de concessão geral de serviço público de televisão, celebrado em Setembro de 2003, reduziu esse princípio estipulando que, de entre as obrigações gerais da concessão, cabe «promover a possibilidade de acompanhamento das emissões por pessoas surdas ou com deficiência auditiva ou outro tipo de deficiência prevista na Lei, designadamente de modo a garantir que essa possibilidade, incluindo conteúdos de informação, é, pelo menos, igual à cumprida pelo conjunto dos operadores privados generalistas».

Para Heloísa Apolónia, «esta restrição, de equiparação aos objectivos cumpridos pelos operadores privados, que são por sinal profundamente reduzidos, demonstra uma vontade política de não ir muito para além do que já hoje existe e consequentemente uma falta de vontade política de, de uma forma séria e eficaz, garantir aos cidadãos surdos ou com deficiência auditiva o direito de ter acesso aos conteúdos da programação televisiva».

Fonte: http://jornaldigital.com/

quinta-feira, março 29, 2007

Ao Alcance de Todos - Música, Tecnologia e Necessidades Especiais

10 a 14 de Abril

Casa da Música

Destinatários: grupos de pessoas com necessidades especiais, escolas, associações, músicos, engenheiros, técnicos de serviço social, profissionais de saúde, educadores, todos os interessados no tema

Preços:

Workshops: 1 euro

Conferências: Entrada livre, mediante a aquisição de bilhete na bilheteira

Concertos/performances: 3 euros

Debates/documentários - Entrada livre, mediante a aquisição de bilhete na bilheteira

Reservas de bilhetes:

Conferências: Nas bilheteiras da Casa da Música, através do 220 120 221/2

Workshops: No Serviço Educativo (Anabela Leite), através do 220 120 266

Concertos/performances - Nas bilheteiras da Casa da Música, através do 220 120 221/2.

Debates/documentários - Nas bilheteiras da Casa da Música, através do 220 120 221/2.

Nota: As reservas de bilhetes serão válidas até 48 horas antes do início de cada evento, prazo findo o qual ficarão sem efeito.


Informações

Anabela Leite

Serviço Educativo - Casa da Música

220 120 266; aleite@casadamusica.com


*Workshop 1

"ArtAbilitation - the interactive workshop for differently abled: explorative play, immersive expression and engaging fun in multi-sensory environments", por Tony Brooks/Eva Petersson/André Rangel

Neste workshop, os participantes aprenderão praticando e experimentando os objectos apresentados no espaço onde decorrerá a actividade. Este espaço será ocupado por áreas lúdicas reactivas, onde o gesto dos participantes controlará acontecimentos sónicos e visuais que serão os estímulos para novos gestos. Sem restrições de idade, operacionalidade ou motricidade, qualquer pessoa pode aprender e explorar estes espaços, utilizando a audição e/ou a visão. O conceito tecnológico, neste trabalho, tem como principal objectivo o potenciar o controlo, por parte dos participantes, permitindo-lhes novas formas de expressão.

*Workshop 2

"Sound=Space", por Rolf Gehlhaar/Luís Girão

O Sound=Space é um instrumento musical electrónico que é tocado por uma ou várias pessoas através do movimento do corpo num determinado espaço. Consiste num sistema de sensores de ultrasons que, com elevada precisão, detecta as posições e o movimento das pessoas no espaço, ligado a um computador que analisa esses dados e os organiza segundo várias 'topografias musicais' transmitindo-os, via MIDI, a um sintetizador e/ou sampler que produz sons de acordo com essa informação.

O Sound=Space é uma das aplicações mais interessantes da tecnologia e dos computadores no campo da música, projecção de imagem e comunicação. Oferece grandes possibilidades nos campos da arte, educação e terapia, para artistas de vários campos, para o público em geral e para pessoas com necessidades especiais.



PROGRAMA

10 de Abril

10h30/11h30: Workshop 1*

Sala de ensaio 1

12h00/13h00: Workshop 2*

Sala de ensaio 1

15h00/16h00: Workshop 2*

Sala de ensaio 1

16h30/17h30: Workshop 1*

Sala de ensaio 1

18h00: Concerto por The HeadSpace Ensemble

Sala 2

19h30: Conferência/debate "The experience of playing music with the HeadSpace" por Rolf Gehlhaar, Clarence Adoo, Martin Parker, John Kenny e restantes membros do The HeadSpace Ensemble

Sala 2

11 de Abril

10h30/11h30: Workshop 1*

Sala de ensaio 1

12h00/13h00: Workshop 2*

Sala de ensaio 1

15h00/16h00: Workshop 2*

Sala de ensaio 1

16h30/17h30: Workshop 1*

Sala de ensaio 1

18h00: Conferência "Virtual Interactive Space, ZOOM and non-formal learning - a discussion presenting the SoundScapes phenomenon", por Tony Brooks/Eva Petersson

Sala 2

12 de Abril

10h30/11h30: Workshop 1*

Sala de ensaio 1

12h00/13h00: Workshop 2*

Sala de ensaio 1

15h00/16h00: Workshop 2*

Sala de ensaio 1

16h30/17h30: Workshop 1*

Sala de ensaio 1

18h00: Conferência "Responsive spaces and potentials for people with different abilities", por Rolf Gehlhaar e Tony Brooks

Sala 2


13 de Abril

15h00: Documentário (de Luís Margalhau) e debate sobre o projecto "Os sons também falam" (parceria entre a Casa da Música e a APPC - Associação do Porto de Paralisia Cerebral)

Sala 2

17h00: Conferência "International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF): Focusing on Abilities", por Rune Simeonsson

Sala 2

19h00: 'Corpo Todo', performance/teatro musical por Tim Yealland, Ana Rita Barata, Pedro Sena Nunes e utentes da APPC (Associação do Porto de Paralisia Cerebral)

Sala 2 e outros espaços


14 de Abril

21h30: 'Corpo Todo', performance/teatro musical por Tim Yealland, Ana Rita Barata, Pedro Sena Nunes e utentes da APPC (Associação do Porto de Paralisia Cerebral)

Sala 2 e outros espaços

quarta-feira, março 28, 2007

Operadores renegoceiam compromissos

O GT-UMTS, grupo de trabalho criado em Outubro passado para acompanhar o cumprimento das obrigações assumidas pelas operadoras móveis com licenças de UMTS (terceira geração), decidiu que todo este processo irá agora começar do zero e que as operadoras terão que assumir novos compromissos face à sociedade de informação (SI).
Quando foram atribuídas as licenças para operar com tecnologia de 3G a Vodafone, Optimus e TMN comprometeram-se a investir 921,5 milhões de euros em vários projectos de desenvolvimento da SI, em troca da dita licença. Este compromisso está agora "congelado" e o seu valor global deverá diminuir.

terça-feira, março 27, 2007

Conferência "Inclusão Digital: apresentação de resultados de projectos"

No próximo dia 2 de Abril a UMIC leva a efeito, com o apoio da European Design for All e Accessibility Network (EDeAN), do Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência (SNRIPD) e do Centro de Recursos Inclusão Digital (CRID) da Escola Superior de Educação de Leiria, o evento "Inclusão Digital: apresentação de resultados de projectos". A iniciativa vai ter lugar nas instalações da Escola Superior de Educação de Leiria.

Para além das 6 sessões temáticas de apresentações os participantes vão poder contactar directamente com alguns dos produtos desenvolvidos, numa exposição que decorrerá durante o evento.

São quase 50 projectos, num total de 3,6 milhões de euros de investimento, em que estiveram envolvidos mais de 250 profissionais durante 12 meses de desenvolvimento em equipa pertencentes a dezenas de instituições: universidades, centros de investigação & desenvolvimento, empresas, câmaras municipais e instituições de e para pessoas com deficiência. Estes são alguns dos números da iniciativa Inclusão Digital.

A iniciativa enquadra-se no programa governamental Ligar Portugal, o qual reconhece nas TIC e na informação digital um elevado potencial à participação em sociedade de pessoas com necessidades especiais, nomeadamente pessoas com deficiência e pessoas idosas.

A linha de financiamento Inclusão Digital surgiu na sequência do Programa Nacional para a Participação dos Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade da Informação (RCM 110/2003) e foi criada no seio do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento.
Fonte: Programa Acesso

segunda-feira, março 19, 2007

UMIC avalia acessibilidade de home banking

A UMIC vai apoiar um estudo, no âmbito do Plano de Acção para a integração de Pessoas com Deficiências ou Incapacidade, para testar os sites de home banking portugueses. O objectivo é comparar as suas funcionalidades com os princípios definidos pelo World Wide Web Consortium .

O projecto vai ser desenvolvido pela Capgemini Portugal e vai durar até ao próximo mês de Maio junto de vários bancos nacionais. A estratégia vai passar pelo cumprimento de vários pontos, como a definição da metodologia de análise, auditoria aos sites, testes de usabilidade e publicação de um relatório de avaliação deste tipo de sites.

Em comunicado da Capgemini, é referido que a UMIC vai disponibilizar, «a pedido de cada uma das instituições bancárias, um relatório individual de recomendações para melhoria das condições de acessibilidade na Web». O principal objectivo, para além do estudo em si, é levar os bancos a implementarem medidas que facilitem a utilização dos seus sites pelos cidadãos com necessidades especiais.

Para Luís Magalhães, presidente da UMIC, a acessibilidade dos sites de home banking «a pessoas com deficiência e idosos é um imperativo de inclusão social além de permitir que estas pessoas beneficiem de níveis de autonomia e privacidade que os serviços bancários tradicionais não podem fornecer».

Fonte: http://www.i-gov.org/

quinta-feira, março 15, 2007

Uma equipe de cientistas da IBM anunciou o desenvolvimento de um novo

Uma equipe de cientistas da IBM anunciou o desenvolvimento de um novo software que melhora a navegação e a interpretação de vídeos online por cegos. A ferramenta, que ainda não foi batizada, teve sua criação liderada por Chieko Asakawa, pesquisador da companhia e não enxerga desde os 14 anos de idade.

Asakawa estava decepcionado com a transmissão online de vídeos que, além de não terem botões de controle acessíveis, começavam a reproduzir automaticamente após a abertura da página interferindo no som de outras ferramentas de leitura de sites e softwares.

Segundo o site InformationWeek, graças à nova ferramenta, as pessoas poderão usar atalhos do teclado para ajustar o volume e reprodução do vídeo, ao invés de contarem apenas com o painel de controles visual de cada um deles. Será possível, também, alterar a velocidade do som, uma das reclamações de usuários com deficiência, já que por diversas vezes o som dos vídeos é bastante lento.

Através de um leitor de metadados será possível que o fornecedor do conteúdo narre eventos mostrados no vídeo, ajudando mais ainda os deficientes visuais que poderão saber melhor o que está se passando na tela. Diversas fontes de áudio estarão à escolha do usuário, que poderá ouvir a mais importante a qualquer momento.

Escrita em Java, a ferramenta levou entre três e quatro meses para ser criada, oferece suporte ao Internet Explorer e já foi testada com as ferramentas Flash Player, da Adobe, e Windows Media Player, da Microsoft. "A nova ferramenta fica por cima, por assim dizer, de um tocador multimídia normal", explicou Frances West, diretor do centro mundial de acessibilidade
da IBM.

A IBM desenvolveu outras tecnologias para deficientes visuais, incluindo um navegador com recursos de áudio e programas para alterar o tamanho de fontes e o contraste de cores em sites. A ferramenta deve ser demonstrada e lançada no programa "Open Source Consortium" da IBM e será aprimorada em breve.

Fonte: http://www.24horasnews.com.br/

sábado, março 10, 2007

Telemóveis pouco acessíveis a deficientes

O coordenador do Centro de Engenharia e Reabilitação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (CERTIC/UTAD), Francisco Godinho, criticou publicamente os operadores de telecomunicações móveis por não cumprirem os acordos assinados em 2000, para cidadãos com necessidades especiais.

"O valor dos projectos de acessibilidade para estes cidadãos, propostos nos cadernos de encargos das quatro operadoras vencedoras, totalizou 100 milhões de euros", lembra o investigador.

Estão em causa a própria utilização de telemóveis por parte de cidadãos com necessidades especiais, assim como o acesso à informação sobre os produtos e equipamentos e a criação de serviços específicos, por exemplo para pessoas com deficiências auditivas, visuais ou outras. Sem esquecer a questão dos custos nas próprias comunicações.

O professor e investigador lembra que "em 2000, o concurso de atribuição das licenças de telecomunicações móveis de terceira geração valorizou em 50% propostas de carácter social no âmbito da Sociedade da Informação, nomeadamente projectos de acessibilidade para cidadãos com deficiência ou idosos, que representam 22 por cento da população portuguesa.

Francisco Godinho é coordenador do Centro de Engenharia de Reabilitação em Tecnologias de Informação e Comunicação da UTAD, e nos últimos cinco anos tem dirigido vários projectos nesta área. Desta feita, enviou, a título pessoal, uma petição a pedir esclarecimentos à Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações, da Assembleia da República.

Fonte: http://jn.sapo.pt/

Se gostar deste artigo, acene

Num artigo na revista britânica PC Magazine, o colunista James Woudhuysen antevê um futuro em que o interface entre computador e utilizador passará cada vez pela interpretação de gestos.

Isto é: em vez de usar o rato ou o teclado ou tecnologia de reconhecimento de voz, comunicar com aparelhos electrónicos através de gestos. Ficção científica? Woudhuysen aponta para um exemplo muito concreto - consola Nintendo Wii e o seu controlador com sensores de movimento.
Complemento da noticia: http://uk.wii.com/movies/14/

1 millón de firmas contra la di scriminación

La EDbN (www.edbn.org) es miembro de la EDF (foro Europeo de la discapacidad) asociada al Parlamento Europeo y que lidera campañas a nivel Europeo sobre temas de derechos de las personas con discapacidad.

La EDF ha lanzado una campaña para recoger 1 millón de firmas para combatir la discriminación en todos los aspectos de las vidas de los ciudadanos europeos con discapacidad. Es importante para la EDbN dar soporte a esta campaña ya que pretende estimular legislaciones específicas en todos los gobiernos de los estados, especialmente en aquellos en los que no tienen legislaciones o no son adecuadas.

La Unión Europea debe responder a la llamada de más de 1 millón de ciudadanos. Es lo que se recoge en el borrador del tratado de la constitución de la Union Europea. la EDF anima a todo el mundo a no perder esta oportuidad de hacer oir nuestras voces.

La Campaña "Un Millon de firmas por la discapacidad" ya está en marcha y acaba el 3 de
Octubre de 2007.

El 4 de octubre las firmas seran entregadas oficialmente a la Comisión Europea en el Parlamento. Al mismo tiempo, una selección de personas con dispacidad, sus familias, amigos y colaboradores se reuniran en Bruselas, en el corazón de las Instituciones Europeas.

Enlazar a www.1million4disability.eu para firmar.

Ricard Lopez,
European Deafblind Network www.edbn.org

sexta-feira, março 09, 2007

Diagnóstico da educação especial pronto até final do ano lectivo

O diagnóstico das necessidades de educação especial no sistema educativo português deverá estar concluído até final do ano lectivo, anunciou hoje o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos.
O governante falava na sessão de abertura do seminário "A Criança Multideficiente: Que Respostas", que decorre hoje e sábado na vila do Paul, na Covilhã.

"Assim que termine o processo de sinalização de alunos, teremos pela primeira vez uma identificação rigorosa das necessidades no âmbito da educação especial na escola portuguesa", referiu Valter Lemos, que classificou o trabalho como sendo de "extrema importância".

"Permitirá ter a certeza sobre se faltam alguns recursos - e quais - para podermos tomar decisões e optimizar a situação", medidas que o secretário de Estado espera que sejam adoptadas antes da abertura do próximo ano lectivo.

"Hoje temos cerca de 6000 professores na área da educação especial, mas provavelmente há áreas com professores a mais e outras com docentes a menos. Como não havia uma identificação rigorosa da situação, não se podia esperar que houvesse formação adequada às necessidades", sublinha.

"Antes do final do ano escolar espero que, não só o diagnóstico esteja pronto, mas também as medidas correspondentes, para já haver medidas no terreno no próximo ano lectivo", sublinhou, respondendo assim também às preocupações levantadas na abertura do seminário.

Vítor Reis Silva, presidente do agrupamento escolar Entre Ribeiras, que organiza os trabalhos, queixou-se da falta de recursos humanos para acompanhar os alunos com necessidades educativas especiais.

"Que inclusão faz a escola pública? Será um mero espaço de guarda de crianças com multideficiência", questionou aquele responsável, sublinhando a posição expressa em folhetos distribuídos à entrada por dirigentes do Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC).

Para Valter Lemos, o número de professores é suficiente na globalidade, mas "poderá não ser em áreas específicas". Salienta, por exemplo, que já foi identificada carência de docentes especializados "para trabalho com alunos cegos e com alunos com multideficiência".

No entanto, realçou que são "situações pontuais", nalguns pontos do país. "Em média, temos recursos suficientes".

Por outro lado criticou a forma como a educação especial funcionava até agora. "A cada ano lectivo havia mais 10 mil alunos com necessidades especiais, sinalizadas de uma forma indiscriminada".

"Sei que é mais fácil para os professores homogeneizar as turmas de acordo com as dificuldades dos alunos, mas a escola pública portuguesa não admite essa segregação", disse o responsável, apontando a inclusão através de turmas heterogéneas como o objectivo central.

"É uma dificuldade com que temos que trabalhar", reconheceu Valter Lemos, em nome de uma "escola pública que não escolhe os alunos".

Reforçando o papel do diagnóstico em curso, sublinhou ser necessário "clarificar inequivocamente quais são os alunos que precisam de educação especializada" com professores formados para o efeito "e quais os que precisam de apoio adicional, que será dado pelos professores que já têm", concluiu.

Neste ano lectivo, cerca de 24 mil alunos do ensino básico e secundário com necessidades educativas especiais recebem apoio, menos 36 mil do que em 2005/2006, de acordo com dados da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC).

Em Setembro, o director-geral, Luís Capucha, explicou à Lusa que no ano passado 60 mil alunos beneficiavam de apoio ao abrigo da educação especial, um número que integrava, no entanto, casos de dificuldades de aprendizagem e insucesso escolar não decorrentes de qualquer doença ou deficiência.

Para apurar o número de crianças com efectivas necessidades especiais, a DGIDC procedeu em Junho e Julho a um levantamento junto de todas as escolas básicas e secundárias, a partir do qual identificou os cerca de 24 mil alunos que este ano beneficiam de apoio, adiantou o responsável.

Fonte: http://www.publico.clix.pt

Vodafone Portugal estreia nova plataforma para pagamentos móveis

A partir de hoje os clientes da Vodafone têm disponível um novo serviço que transporta as funcionalidades mais utilizadas nas caixas Multibanco para os terminais móveis dos utilizadores.

Baseado no serviço TeleMultibanco, que a operadora já possuía, esta solução acrescenta um novo interface e mais funcionalidades e opções de utilização relativamente à oferta anterior. A utilização de publicidade como separador entre operações também foi incluída nesta solução através da adopção do conceito "Mobile Advertising", cujas receitas são partilhadas entre a Vodafone e a SIBS, que actua em parceria com a operadora na nova oferta.

Com este serviço os utilizadores têm acesso a uma apresentação gráfica semelhante à existente nas caixas Multibanco comuns e podem navegar nas diversas opções apresentadas através quer das teclas laterais quer do cursor do telefone.

A aplicação é baseada em linguagem Java e tem acesso WAP, o que simplifica a sua execução. A velocidade de acesso varia consoante a tecnologia de transmissão de dados do terminal utilizado.

O TeleMultibanco suporta a activação máxima de cinco contas podendo ser configurada uma conta preferencial para a entrada na aplicação.

As operações escolhidas para integrar a solução são as que, normalmente, os clientes mais utilizam nos postos físicos e, neste momento, já é possível consultar movimentos de conta, efectuar transferências bancárias (nacionais), verificar o NIB, carregar o telemóvel, pagar outros serviços, entre outras. A confirmação das transacções pode ser dada através do envio de um talão SMS, caso seja essa a vontade do utilizador.

Numa segunda fase do projecto serão integradas outras funcionalidades neste serviço. Neste sentido, será possível efectuar pagamentos móveis, por acesso directo à conta bancária, em parques de estacionamento e parquímetros, comprar bilhetes de cinema, aceder a transportes públicos através da utilização de tecnologia de proximidade (contactless), entre outros.

Por enquanto está a ser testada a utilização da plataforma para o pagamento de parques de estacionamento em Loures. Em breve a Vodafone espera tornar a oferta efectiva e alargá-la, abarcando também a possibilidade de pagamento de parquímetros através do telemóvel. Para isso, a operadora quer participar num concurso de pagamentos por SMS aberto pela EMEL, no qual deve entrar em parceria com a Optimus e TMN.

A variedade de telemóveis disponíveis na oferta da Vodafone impede que o serviço esteja acessível a todos, dadas as diferentes capacidades que cada modelo possui. No entanto, a oferta é compatível com 105 equipamentos, o que faz com que cerca de 2 milhões de clientes da operadora possam usufruir das suas potencialidades.

Para instalar a aplicação TeleMultibanco nos terminais, os clientes podem enviar um SMS com o texto TMB para o número 12345 e seguir o link devolvido. Em alternativa podem aceder directamente ao portal Vodafone live! ou ligar para a linha de apoio ao serviço através do número 1701.

O download, a activação e a navegação no serviço são totalmente gratuitos, mas todas as transacções executadas a partir da aplicação têm um custo associado de 30 cêntimos. Os SMS de confirmação custam 5 cêntimos.

Fonte: http://tek.sapo.pt/

Petição questiona cumprimento das contrapartidas assumidas pelos operadores 3G

Os compromissos assumidos pelos operadores de telecomunicações, à data de atribuição das licenças para operar a terceira geração móvel são questionados numa petição enviada à Assembleia da República.

O documento questiona o avanço de um conjunto de projectos alinhados no âmbito das contrapartidas para a Sociedade da Informação, que tinham como destino cidadãos com necessidades especiais. Recorda que das iniciativas constantes no caderno de encargos foram escolhidos em 2002 um conjunto de projectos prioritários com conclusão prevista para 2006, mas ainda sem resultados conhecidos.

A petição, assinada por Francisco Godinho do Grupo Português pelas Iniciativas em Acessibilidade (GUIA), reconhece a existência de algumas medidas tendo em vista estes destinatários levadas a cabo pela TMN e pela Vodafone, mas acusa os operadores de não terem gasto mais de 2 por cento dos 100 milhões de euros definidos como contrapartidas.

O pedido de clarificação dos compromissos assumidos em 2000 é dirigido à Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações e recorda também a resolução do Conselho de Ministros que em Outubro do ano passado definia a elaboração de relatórios anuais de acompanhamento que permitissem verificar os avanços no cumprimento das contrapartidas, pedindo que este documento, supostamente produzido até Fevereiro de cada ano, seja tornado público.

O documento questiona ainda se os projectos que constam do cadernos de encargos são vinculativos e para quando a conclusão das metas traçadas para 2006.

Em 2002 foram assim definidos como projectos prioritários um serviço de apoio às populações com necessidades especiais, intermediação telefónica (em tempo real e no envio e conversão das mensagens recebidas), produção de documentação em formato acessível, desenho de ofertas especiais, formação e ajuda online, incentivo ao desenvolvimento de aplicações para populações com necessidades especiais, desenvolvimento de serviços de georeferenciação.

Fonte: http://tek.sapo.pt/

quinta-feira, março 08, 2007

Falamedemusica

O Falamedemusica é, um projecto na área da música, que tem como princípio a construção de um site, o qual pretende pôr em pé de igualdade pessoas cegas e pessoas normovisuais.

Sendo eu uma pessoa cega, amante e estudioso da música, constatei ao longo do meu processo de aprendizagem a falta de material de estudo nesta área.

Apesar de existir muita informação sobre música , esta não está de maneira nenhuma acessível a pessoas portadoras de deficiência visual.

Estamos assim excluídos, verificando-se deste modo uma dupla cegueira

A exposição destes conteúdos representa um enorme passo para as pessoas cegas , pois é uma forma simples de assimilar informação.

Sem dúvida a musicografia braille é um instrumento magnifico sendo fundamental para a evolução sustentada de um bom músico. Grande parte das pessoas cegas adquirem a deficiência numa fase tardia tendo por isso poucas probabilidades de usufruir da musicografia Braille.

Complicando-se ainda mais pela falta de locais e pessoas que administrem estes conhecimentos.

O falamedemusica representa uma forma alternativa de aprendizagem e, um estimulo para quem pretender desenvolver os seus estudos.

Nesta fase já e possível visualizar em qual quer parte do mundo, a forma como se fazem os acordes na guitarra clássica bastando para isso estar ligado à Internet o que é sem dúvida extraordinário. É um projecto bilingue português inglês por isso universal.

Outros instrumentos se seguem como a guitarra portuguesa, cavaquinho ,
bateria e, muitos outros .
Só contigo poderemos ir mais longe.

Colabora

Até já.

www.falamedemusica.net

Operadores móveis esquecem cidadãos com necessidades especiais

O coordenador do Centro de Engenharia de Reabilitação, em Vila Real, criticou hoje os operadores de telecomunicações móveis por não cumprirem os projectos para cidadãos com necessidades especiais, assumidos em 2000, e avaliados em 100 milhões de euros.
Para clarificar o «ponto da situação» dos compromissos, com as necessidades especiais, dos operadores de telecomunicações móveis (UMTS), Francisco Godinho enviou hoje uma petição, a título individual, à Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações, da Assembleia da República.
Francisco Godinho é coordenador do Centro de Engenharia de Reabilitação em Tecnologias de Informação e Comunicação (CERTIC), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), que, nos últimos cinco anos, tem desenvolvido projectos dirigidos a pessoas com necessidades especiais.
O responsável explicou que, em 2000, o concurso de atribuição das licenças de telecomunicações móveis de terceira geração valorizou em 50% propostas de carácter social no âmbito da Sociedade da Informação, nomeadamente projectos de acessibilidade para cidadãos com deficiência ou idosos, que representam 22% da população portuguesa.
«O valor dos projectos de acessibilidade para cidadãos com necessidades especiais, propostos nos cadernos de encargos das quatro operadoras vencedoras, totalizou 100 milhões de euros», frisou.
Salientou que, passados mais de seis anos, «apenas é possível constatar algumas iniciativas ad-hoc dos operadores Vodafone e TMN, cujo valor global estará muito longe dos compromissos assumidos em 2000».
«Estimo que não alcançará dois por cento do valor então anunciado», afirmou.
Referiu ainda que, em 2002, o grupo de trabalho UMTS identificou, como área prioritária, as populações com necessidades especiais (PNE), «contexto no qual foi acordado iniciar um conjunto de sete subprojectos a desenvolver, através de um plano de implementação estudado pela consultora Arthur D. Little».
Segundo o responsável, o estudo da Arthur D. Little contemplava a sua implementação até 2006.
Entre estes projectos encontra-se um serviço de apoio PNE, que visa ajudar estas populações a aceder e utilizar os serviços de telecomunicações móveis que têm ao seu dispor, intermediação telefónica, que consiste na prestação de serviços de intermediação em tempo real e no envio e conversão das mensagens recebidas.
Previa ainda documentação em formato acessível, que tem por objectivo disponibilizar documentação em formato electrónico, áudio, braille, ampliado e por voz, ou o projecto de geo-referenciação, que visa o desenvolvimento de serviços de localização para prestar apoio a cidadãos com problemas de orientação e/ou problemas visuais, entre outros.
Francisco Godinho quer saber «o valor real dos compromissos» e se os projectos que constam nos cadernos de encargos dos operadores «são vinculativos».
Pretende ainda confirmar se aqueles sete subprojectos, identificados no final de 2002 e contemplados na Resolução do Conselho de Ministros 110/2003, «têm início previsto».
O responsável quer ainda clarificar quanto é que já foi considerado despendido por cada operador e o que falta investir e se haverá «novos e reais» compromissos no âmbito da Resolução do Conselho de Ministros 9/2007 ou futuras iniciativas do Governo.
Na Resolução do Conselho de Ministros 143/2006, de 30 de Outubro de 2006, está previsto, segundo Francisco Godinho, que o Grupo de Trabalho UMTS deverá elaborar até ao final do mês de Fevereiro de cada ano um relatório anual sobre o estado de implementação dos contributos dos operadores para a Sociedade da Informação.
«Solicita-se pois que, com base no relatório referido e no pedido de informações adicionais à Autoridade Nacional de Comunicações, se torne público o que foi implementado em termos de acessibilidade para cidadãos com necessidades especiais e quais são os verdadeiros compromissos com que pode contar esta população», frisou o responsável.
O coordenador espera uma resposta da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações nos próximos 60 dias.
A Agência Lusa tentou obter esclarecimentos das três operadoras de telecomunicações móveis, TMN, Vodafone e Optimus, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.

Chapeuzinho Vermelho - A surda

Este é um trabalho final de graduação da Escola de Comunicações e Artes (USP) desenvolvido junto ao Projeto de Integração das Tecnologias de Comunicação ao Processo de Letramento do Surdo, realizado em parceria pela Escola do Futuro (USP) e a EMEE Anne Sullivan (SME/PMSP), através do programa de ensino Público da FAPESP. A realização do vídeo contou com o apoio da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS – SP).

Os personagens são feitos de papel, manipulados com arame. Juntamente com o cenário, está o narrador onisciente que sinaliza a história. O vídeo é totalmente sem som para os ouvintes, pelo menos por alguns minutos, tenham a experiência do mundo surdo.
São praticamente inexistentes os materiais voltados para os surdos. Este trabalho é um suporte para que crianças surdas possam ter acesso ao mundo dos contos maravilhosos e, principalmente, àquilo que lhes é mais expressivo, a Língua de Sinais.

quarta-feira, março 07, 2007

Música ao Alcance de Todos

Ao Alcance de Todos Música, Tecnologia e Necessidades Especiais

10 a 13 de Abril

Casa da Música

Entre 10 e 13 de Abril de 2007, a Casa da Música promove um encontro do qual constarão conferências, concertos, documentários, workshops e residências artísticas em torno dos temas da música, tecnologia e necessidades especiais. O objectivo principal do encontro será o de promover a discussão e a informação acerca da forma como a tecnologia poderá ser usada para tornar a música acessível a todos, através de recursos que possam dar respostas adaptadas a cada indivíduo, independentemente das suas mais valias ou limitações. Pretende-se também propiciar oportunidades concretas de fazer música e de descobrir novas formas de expressão.

Entre os especialistas convidados, o encontro contará com a presença de Rolf Gehlhaar (Conventry School of Art & Design, Conventry University)/Luís Girão, Tony Brooks (Aalborg University Esbjerg)/Eva Petersson/André Rangel, The HeadSpace Ensemble, Rune Simeonsson (University of North Carolina, Chapel Hill) e Tim Yealland (English Touring Opera) /Ana Rita Barata (Vo'Arte).

Rolf Gehlhaar é o criador do Sound=Space, um dos primeiros ambientes musicais interactivos em que o som é produzido a partir do movimento corporal. O trabalho de Rolf Gehlhaar tem permitido o desenvolvimento de software que promove o acesso a determinados contextos/ambientes sonoros para grupos/indivíduos com necessidades especiais.

Tony Brooks e a sua equipa de investigação têm desenvolvido a sua actividade em torno dos sistemas interactivos e da forma como um indivíduo com necessidades especiais poderá interagir com os mesmos de uma forma terapêutica.

O HeadSpace Ensemble é um quarteto cujo nome tem origem num dos instrumentos musicais executados, o head=space, instrumento este que foi especialmente concebido para ser executado por um dos músicos do quarteto, que ficou tetraplégico após um grave acidente.

Rune Simeonsson é umas das mais reconhecidas figuras da actualidade nas áreas do desenvolvimento infantil, da educação especial e da saúde pública, particularmente no que respeita às características desenvolvimentais e psicológicas das crianças e jovens com necessidades especiais.

Por último, a Casa da Música terá o prazer de apresentar o resultado de uma parceria estabelecida entre o Serviço Educativo e a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral - Núcleo Regional do Norte, através de um documentário que retrata o projecto desenvolvido, uma mesa redonda/debate e uma performance multidisciplinar que envolve a música, o teatro musical e a expressão corporal. O projecto é orientado por Tim Yealland e Ana Rita Barata.

Informações e inscrições:

Anabela Leite

Serviço Educativo

Casa da Música

220 120 266

aleite@casadamusica.com

segunda-feira, março 05, 2007

Audiolivros Expresso

Atento às possibilidades das novas tecnologias de informação, o EXPRESSO lança, a partir de 10 de Fevereiro, uma colecção de contos de Agatha Christie em alta voz. São seis audiolivros que incluem histórias curtas da grande senhora do crime, nos quais a solução estará a cargo de Hercule Poirot e Miss Marple, dois dos seus detectives mais emblemáticos.
O primeiro volume terá um preço de lançamento de €1,20, e os seguintes custarão €5,90. Cada um deles inclui um CDe um pequeno livro de acompanhamento, para ficar a saber tudo sobre a autora de «Crime no Expresso Oriente».
Quanto tempo leva a ler um livro como Guerra e Paz, ao que parece o texto mais longo da história da literatura ocidental? Mais do que todos os volumes reunidos de À Procura do Tempo Perdido? E, sendo a falta de tempo um dos argumentos mais invocado para justificar o desfavor das letras, conseguirão os audiolivros, que se podem ouvir enquanto se fazem outras coisas, funcionar como alternativa crível à leitura tradicional?
«O livro em papel e o audiolivro são duas realidades que não se excluem. Não é obrigatório optar por um ou por outro. Ouvir pode mesmo ser um estímulo para a compra do texto em suporte tradicional.» A opinião é partilhada por Oriana Alves e Michele Amaral, duas dos três sócios de BOCA - palavras que alimentam, Lda. (o terceiro é João Motta), uma editora de audiolivros cuja livraria virtual está disponível em www.boca.pt.
Entre nós, os livros em suporte áudio começam agora a dar que falar. As primeiras experiências recuam, contudo, à década de 80, quando a Dom Quixote lançou, em parceria com o Círculo de Leitores, vários títulos no mercado, entre eles O Delfim, de José Cardoso Pires, e Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco. As audiocassetes, o suporte da altura, não convenceram o público. Na opinião retrospectiva de Michele Amaral, a causa terá sido a precocidade desses ensaios em relação à tecnologia disponível.
Um problema ultrapassado.
Mp1, Mp2, Mp3, Mp4, Mp5... As novas tecnologias avançam à velocidade da luz e, como sempre nestas coisas, a realidade ultrapassa a ficção. «E-books», «audiobooks», o que mais nos trará o futuro? «A poesia é para comer», escrevia Natália Correia em «A Defesa do Poeta». Ouvir, com certeza.
No que toca a textos em verso, o maior destaque vai para a Assírio & Alvim, editora que, desde 2003, mantém um trabalho continuado de divulgação em suporte áudio. Começou com Ruy Belo (dito por Luís Miguel Cintra) e tem dois novos autores na calha este ano: José Agostinho Baptista, lido por António Cardoso Pinto, e Mário Cesariny, por si próprio, dezenas de horas gravadas que é preciso agora seleccionar, a que não faltam sequer as pausas para o cigarro aspirado pelo poeta da Nobilíssima Visão.
Mais recentemente, o novo suporte tentou também a distribuidora e editora de filmes New Age Entertainment, que arriscou os seis CDs de Codex 632, de José Rodrigues dos Santos lido por Ricardo Carriço, uma tiragem de dois mil exemplares disponível em livrarias e grandes superfícies. Luís Sepúlveda é outro dos autores vertidos para a versão falada. O Velho que Lia Romances de Amor, uma história que mergulhava na oralidade do estilo do escritor chileno, pode agora ser ouvida graças à iniciativa da MHIJ.
Lá fora, os audiolivros são um sucesso de vendas, principalmente na Alemanha e nos Estados Unidos, e uma tradição firme na Grã-Bretanha. Naturalmente, os cegos ou deficientes visuais são destinatários privilegiados de um produto que, para eles, é de primeira necessidade. A adesão ao audiolivro parece ser também relativamente fácil quando se trata de crianças, mas que ninguém negue o prazer mais do que provável de ouvir um texto enquanto conduz, cozinha ou toma, simplesmente, um relaxante banho de imersão (apesar deste ser ecologicamente desaconselhado).
Para além do suporte CD ou cassete (que os ingleses, sempre peculiares, teimam em preferir), os livros falados podem ser igualmente descarregados a partir da Internet, esse meio ao qual, na primeira década de 1990, Bill Gates previa um futuro sombrio. E é precisamente isso que é possível fazer em www.boca.pt., independentemente das edições associadas a um suporte físico.
Albertina Dias, com um mestrado em gestão de sistemas de informação, dirige a SbH, Solutions by Heart, sendo uma fã incondicional dos audiolivros. Conviveu com eles em casa desde pequena (o pai trazia-os do estrangeiro) e garante que os livros falados vieram para ficar. Já fez seis edições de títulos diversos (não só dedicados às crianças) e gosta de sublinhar que os audiolivros não se resumem a uma gravação «tout-court» do que foi anteriormente escrito. Sublinhando a sua função didáctica, pragmática e social, a economista acredita que os «‘audiobooks’ aumentados», onde à experiência auditiva se acrescenta a manipulação de imagens em 3D, marcarão pontos num futuro próximo. E é precisamente nesse projecto que está trabalhar agora, em conjunto com o ISCTE e a Microsoft, embora as reacções do mercado e das instituições, confessa, estejam um pouco aquém das suas expectativas.
Seja qual for o futuro do livro, uma coisa parece certa: aqueles que temem que o cenário previsto por Ray Bradbury em Fahrenheit 451 se concretize, não terão razões para se afligir. Independentemente do suporte, todos os inquiridos são unânimes: os livros vieram para ficar.

«Sou todo ouvidos!»
A versão oral dos textos escritos ganha adeptos. Uma editora como a Naxos tem um catálogo de clássicos invejável, da literatura à filosofia (a dramatização dos diálogos socráticos é uma delícia), passando pelo ensaio. A combinação das palavras com a música, criteriosamente seleccionada, torna os «audiobooks» da Naxos numa experiência imbatível. Na Internet, a livraria virtual Amazon disponibiliza um catálogo considerável, e lojas como a FNAC começam a prestar atenção ao fenómeno. Na Alemanha os audiolivros tornaram-se moda e, nos EUA, uma verdadeira indústria. Ouvir, em vez de ler, Philip Roth ou Saul Bellow está à distância de um «on». Retomando uma prática que tem nas simpáticas leituras em voz alta um digno antepassado, os audiolivros são conhecidos pelo menos desde o final da I Guerra Mundial, quando começaram a ser gravados discos, especialmente pensados para os soldados que haviam perdido a vista no confronto

Fonte: http://expresso.clix.pt/

sexta-feira, março 02, 2007

Teatro VIVO com audiodescrição

Na última quarta-feira, fiz parte de um grupo de cegos que tiveram a alegria, o prazer e a emoção de assistir a pré-estréia da peça O Andaime, que estará em cartaz no teatro do Espaço VIVO, em São Paulo.

Nem vou falar da qualidade da peça em si, fantástica, muito divertida, mas do prazer que tive ao sair dalí podendo fazer os mesmos comentários que as demais pessoas, ao invés de ser aquele chato fazendo mil perguntas sobre cada cena que não entendeu, ou aquele bobão que não entende as piadas e só ri depois que alguém lhes explica.

Há tempos que venho falando sobre a falta que a audiodescrição faz para as pessoas cegas em cinemas, teatros e na televisão, mas sempre de forma teórica, porque iniciativas como essa ainda são tão raras que mal dá para sentirmos o gosto. É como comer o último pedaço de algo muito gostoso: fica a vontade de quero mais...

Felizmente, não é essa a proposta do Instituto VIVO, que já tornou rotina a apresentação de peças infantis com audiodescrição transmitida por fones de ouvido sem fio, e agora fará o mesmo nas apresentações para adultos, conforme disseram para toda a platéia antes do início da peça.

Meus parabéns ao Instituto VIVO, ao autor, aos atores, a direção e a produção de O andaime, mas um parabéns e um muito obrigado especiais para a Lívia Mota e para as meninas que fizeram a audiodescrição: vocês me fizeram voltar a sentir o prazer que tinha de ir ao teatro quase 30 anos atrás, , quando ainda enxergava.

Fonte: Paulo Romeu