sexta-feira, abril 22, 2011

"Blind Box" promove viagem pelo mundo dos cegos

caixa


"Blind Box" promove viagem pelo mundo dos cegos.
Ouvir sons que passam despercebidos a quem pode ver, mas são cruciais para os cegos. É este o desafio da "Blind Box", instalada no exterior da Casa da Música até 18 de Maio.
De olhos vendados num corredor de sons. É esta a proposta da "Blind Box", um contentor de metal instalado no exterior do edifício da Casa da Música, sonoramente isolado do resto do Mundo.
Este espaço, onde a visão é proibida e a audição privilegiada, foi pensado para que "os visuais possam ter uma melhor percepção dos sons que os rodeiam", um aspecto muito importante para os cegos.
Quem o diz é Jorge Queijo, responsável pela concepção da "Blind Box".
"Blind Date"
A instalação de uma "Blind Box" no exterior da Casa da Música está integrada na iniciativa "Ao alcance de todos", uma semana dedicada a pessoas com necessidades especiais.
A "Blind Box" surge como complemento do concerto teatral "Blind Date", que junta no palco da Casa da Música formandos do IV Curso de Formação de Animadores Musicais, na sua maioria membros do grupo de teatro da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) de Braga.
A peça é orientada pelos britânicos Tim Steiner e Sam Manson.
No interior da "Blind Box", o visitante é convidado a completar três experiências, que simulam o quotidiano de um invisual: o caminho de casa para o trabalho, o percurso até à Casa da Música e a vivência de um cego dentro da sua própria residência.
"O objectivo não é acentuar as diferenças dos cegos, mas despertar a consciênca dos sons que passam despercebidos no dia-a-dia de quem pode ver", explica Jorge Queijo.
Neste sentido, dentro da "Blind Box" podem ser ouvidos ruídos que parecem banais, como o tilintar de uma chávena de café, o chiar dos pneus no alcatrão, vozes, pássaros ou sirenes, numa tentativa de "demonstrar a importância que estes sons assumem para os cegos", remata o responsável pela concepção da "caixa".
Depois de vivida a experiência, é proposto ao visitante que veja o seu percurso gravado em vídeo.


O desafio é tentar associar as imagens aos sons que foram ouvidos, secos ou suaves, graves ou agudos, mas tão familiares que acabam por passar despercebidos à maioria das pessoas.
A "Blind Box" vai estar instalada no exterior da Casa da Música, até 18 de Maio.
Os percursos "cegos" podem ser efectuados das 10h00 às 18h00 e a entrada é livre.

segunda-feira, abril 18, 2011

O Programa de Português Língua Segunda

Parece-me um passo muito importante para os alunos cuja primeira língua é a LGP e não a Língua Portuguesa: “Este programa destina-se a alunos surdos que têm a língua gestual portuguesa como primeira língua (língua materna) e frequentam a rede de escolas de referência para o ensino bilingue de alunos surdos. Esta iniciativa, pioneira e inovadora em Portugal e a nível internacional, concretiza o modelo de educação bilingue e bicultural, reconhecendo a língua gestual portuguesa como língua materna do surdo e da língua portuguesa escrita, com segunda língua. O programa foi elaborado por uma equipa que integrou professores especialistas no domínio da língua portuguesa e no domínio da surdez, coordenada pelo professor José Afonso, da Universidade Católica Portuguesa. Os alunos surdos têm actualmente ao seu dispor a modalidade de ensino bilingue, ministrada nas escolas de referência. Os estudantes são incluídos em turmas de alunos surdos que dispõem dos recursos humanos necessários para que possam beneficiar do ensino em língua gestual portuguesa como primeira língua e do ensino do português escrito como segunda língua. “