quarta-feira, janeiro 02, 2008

AS ACESSIBILIDADES E A DEFICIÊNCIA – O MEU TESTEMUNHO

No passado dia 18 de Dezembro fui ao CARTÓRIO NOTARIAL DE SANTARÉM – ANTÓNIO INÁCIO, afim de tratar de um assunto. Ando com uma canadiana e com alguma dificuldade em virtude de uma deficiência que tenho nos ossos e de uma fractura recente numa perna, a qual agravou ainda mais a situação. No entanto, embora procure sempre o elevador, consigo aceder mesmo a locais com escadas embora com alguma dificuldade.

Quando cheguei á entrada do CARTÓRIO NOTARIAL DE SANTARÉM – ANTÓNIO INÁCIO verifiquei que não conseguia entrar, pois de um lado uns degraus muito altos e sem corrimão e do outro lado UMA RAMPA TÃO INCLINADA QUE ERA UM AUTENTICO PRECIPICIO. Ninguém consegue subir aquela rampa numa cadeira de rodas e para a descer, seria como a rampa de lançamento para uma grande queda!!!

Como não conseguia entrar pus-me a fazer sinais cá fora, para alguém me ajudar a entrar (situação nada dignificante para qualquer ser humano como devem imaginar). Veio então uma funcionária do notário mas mesmo com a ajuda dela, escorreguei na referida rampa e magoei-me imenso.

Para além de ter ficado magoada, fiquei muito nervosa e pedi o LIVRO DE RECLAMAÇÕES, pois estava afixado que o referido estabelecimento o possuía.

Pedi para falar com o responsável, que me informou que tinha razão mas tinha que reclamar junto da Direcção Geral de Registos e Notariado do Ministério da Justiça.
Entretanto a funcionária alegou que não sabia do LIVRO DE RECLAMAÇÃOES e tive que me vir embora.

Quando cheguei a casa ainda não refeita do susto, telefonei para o Cartório Notarial de Santarém – António Inácio, para voltar a falar com o responsável. Informaram-me que naquela altura não me podia atender, mas ficaram com os meus contactos e com a promessa de que ele me iria contactar.

Até hoje estou à espera do telefonema!!!

A funcionária teve que me ajudar a sair dali, pois não o conseguia fazer sozinha.
Nem sequer me perguntaram se precisava de cuidados médicos.

Enquanto lá estive, durante cerca de meia hora, um senhor de idade também escorregou ao entrar, mas não disse nada.
Entretanto contactei com a DECO, e fui informada que no caso de uma entidade se negar a entregar o LIVRO DE RECLAMAÇÕES devemos a chamar a autoridade, polícia ou GNR.
Aqui o meu testemunho de uma situação vivida na 1ª pessoa que me faz sentir alguma mágoa por viver neste país, pois decerto em Espanha mesmo aqui ao lado esta situação não tinha acontecido.
Espero que este e-mail sirva para alertar a consciência de que de direito para o problema das acessibilidades.
Para o efeito, agradeço que reencaminhem para a vossa rede de contactos.
Obrigada
Ana Simão

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