quinta-feira, maio 31, 2007

Lei da Televisão aprovada pela maioria socialista sob críticas

A proposta de lei da Televisão foi hoje aprovada em votação final global pela maioria socialista, com críticas da oposição que considerou tratar-se de um diploma que já está desajustado à realidade.
Numa declaração de voto lida no plenário da Assembleia da República, o vice-presidente da bancada do PSD Agostinho Branquinho apontou «três razões centrais» para o voto contra dos sociais-democratas.
«Em primeiro lugar, esta proposta de lei está desajustada em relação aquilo que é já, hoje, o paradigma tecnológico e de mercado do audiovisual», criticou Agostinho Branquinho.
Por outro lado, acrescentou, a proposta de lei agora aprovada alarga de forma substancial o âmbito do serviço público, o que poderá vir a criar situações de «concorrência desleal».
Finalmente, o diploma prevê «um aumento significativo dos poderes da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e não se estimulam os mecanismos de auto-regulação e de co-regulação, como será desejável», disse Agostinho Branquinho.
«É uma lei que não tem a ambição de perceber o que está a acontecer no audiovisual em todo o mundo. Uma lei que apenas consubstancia a fúria legislativa que o Governo tem nesta área», sublinhou o deputado social-democrata.
Pelo CDS-PP, que também votou contra a proposta de lei, o deputado Pedro Mota Soares assinalou o «grande retrocesso» que a nova lei imprime quanto à «protecção dos públicos mais sensíveis», deixando igualmente críticas ao facto da nova lei ser já «passado» em determinados aspectos, nomeadamente quanto à questão do acesso à televisão digital terrestre.
«Esta lei é uma oportunidade perdida. Daqui a seis ou sete meses já terá de ser revista», salientou Pedro Mota Soares.
O PCP, que se absteve na votação do diploma, apontou alguns aspectos positivos da nova lei, como o regresso do canal 2 da RTP ao serviço público, considerando, contudo, que o diploma tem também orientações «criticáveis e lamentáveis».
«Há uma falta de clareza da definição dos serviços informativos dos canais televisivos», destacou o deputado do PCP Bruno Dias.
O deputado do BE Fernando Rosas assinalou igualmente aspectos positivos da nova lei, nomeadamente a definição do regime de obrigações do serviço público, mas deixou também críticas a alguns aspectos do diploma.
«Em vários aspectos perderam-se oportunidades», lamentou, apontando como exemplo, o não reforço dos direitos dos públicos com necessidades especiais.
Em defesa do diploma, o deputado socialista Arons de Carvalho classificou a nova lei como inovadora, coerente, exigente, equilibrada e «atenta às necessidades especiais de alguns públicos».
Entre as várias medidas previstas no diploma, o Governo defende que a renovação das licenças de televisão dos operadores privados deve ser condicionada ao cumprimento das obrigações e ao acatamento de recomendações que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) faça nas suas avaliações regulares.
A proposta refere que o organismo regulador deve definir as obrigações das estações e que a renovação das licenças só deve ser feita se os canais cumprirem e aceitarem os encargos.
Mantendo o período de vigência de cada licença para exercício de actividade televisiva em 15 anos, o Governo decidiu introduzir igualmente avaliações intercalares dessas obrigações a cada cinco anos.
Outra das medidas prevista pelo diploma é a obrigação das televisões informarem o público sobre a programação dos seus canais com, pelo menos, 48 horas de antecedência.
Caso o alinhamento seja alterado sem qualquer razão excepcional, a proposta de lei prevê que seja instituída uma coima ao operador.
A proposta do Governo incide ainda na preparação, em termos de regulação, da entrada em Portugal da Televisão Digital Terrestre e do aprofundamento da oferta de canais de cariz regional.
Fonte: Diário Digital / Lusa

terça-feira, maio 29, 2007

CURSO TECNOLOGIA ASSISTIVA

CURSO TECNOLOGIA ASSISTIVA A SERVIÇO DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL

14 de junho de 2007
9h00 - 17h00

Objetivo do Curso
Informar e Instrumentalizar sobre os Recursos Existentes que Facilitam a Inclusão das Pessoas com Deficiência Visual no Seu Cotidiano, na Educação e no Trabalho

Realização
Laramara - Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual

Coordenadores
Robert Mortimer
Beto Pereira
Vanderlei Silvério

Público
"Profissionais (Tecnologias da Informação e da Comunicação) de
Escolas, Instituições de Ensino Superior, Empresas e Entidades
Voltadas para Inclusão de Pessoas com Deficiência e Estudantes de
Ensino Superior"

Valor do Curso: R$ 100,00 (cem reais) valor com desconto até o dia 11
de junho/07.
O valor inclui a inscrição no curso, coffee-break e certificado.

VAGAS LIMITADAS:
Faça sua reserva (11) 3660-6412 (Edinéia) ou por e-mail eventos@laramara.org.br
Data limite para inscrições com desconto para o curso: 11/06/2007
Enviar ficha preenchida à Laramara - Associação Brasileira de
Assistência ao Deficiente Visual para a Rua Conselheiro Brotero, 353 -
Barra Funda 01154.000 - São Paulo ou, via fax (11) 3662-0551 ou por
e-mail eventos@laramara.org.breventos@laramara.org.br, juntamente com
comprovante de depósito, favorecendo a Laramara, Banco Itaú - Ag. 1976
/ C/C 01800-0.
Maiores informações: (11) 3660-6412 - Edinéia Santana

segunda-feira, maio 28, 2007

Especialistas defendem tecnologias sem fios para buscas

A introdução de etiquetas de radiofrequência (RFID)pode ser uma maneira eficaz de encontrar pessoas que se encontrem dentro de redes sem fios, defendem alguns especialistas citados pela BBC. Os hospitais e escolas são os locais identificados que podem vir a beneficiar mais destas tecnologias juntas. Londres foi o palco do The Wireless Event, onde estiveram presentes empresas e especialistas ligados às tecnologias sem fios.

De acordo com Angelo Lamme, da Motorola, este é um método que poderá servir para identificar a localização de alguém durante um incêndio, dado que permite identificar a posição de toda a gente.
Já Markus Birl, chefe de wireless da Siemens, revela que a possibilidade de identificar a localização de pessoas ou objectos foi a principal razão para as empresas e instituições de saúde e ensino desenvolverem redes sem fios.
A Siemens aproveitou o evento para apresentar um sistema de identificação de pessoas e objectos desenvolvido em parceria com a finlandesa Ekahau.
O sistema utiliza etiquetas que têm de comunicar com pelo menos três pontos de acesso sem fios e a «informação é enviada para um servidor que segue o movimento da etiqueta a partir do ponto que recebe o sinal mais forte» explicou o responsável à BBC.
Para que o sistema funcione em pleno, tem de ser feito um mapa detalhado da área onde a rede foi instalada.
Markus Birkl considera que o sistema «é bastante útil para o sector da saúde, onde há vários equipamentos móveis caros que andam de um lado para o outro».
Mesmo considerando a utilização de etiquetas nas escolas, o responsável realça que tal deve «corresponder à compreensão das pessoas que as utilizam».
Contudo a questão das etiquetas tem vindo a causar alguma polémica, nomeadamente em relação à privacidade.
De acordo com a BBC, nos últimos tempos têm surgido algumas preocupações sobre a possível utilização de etiquetas de radiofrequência para monitorizar hábitos de consumo, apesar dos defensores da tecnologia afirmarem que não é possível ler as etiquetas a uma grande distância.
A grande questão surge na utilização destas duas tecnologias, razão pela qual Markus Birkl defender a «necessidade de criar standards para que a informação contida nas etiquetas não seja utilizada para outros fins».
«Mas existem claros benefícios para tornar as pessoas mais seguras», conclui o responsável.

Media Audiovisuais sem Fronteiras

Directiva UE: Serviços de Media Audiovisuais sem Fronteiras

(conhecida como Televisão sem Fronteiras)

O Parlamento Europeu e o conselho de ministros da UE aprovaram novas regras para os meios de comunicação audiovisuais no espaço europeu propostas pela Comissão Europeia. O principal objectivo da nova directiva comunitária, que deverá começar a entrar em vigor a partir do final do ano, é melhorar a competitividade do mercado de serviços audiovisuais.

A directiva abrange tanto os serviços tradicionais de TV como os cada vez mais populares serviços on-demand.
...
obriga ainda a melhorar o acesso a pessoas com deficiências visuais ou auditivas.

Fonte: http://sol.sapo.pt/

Editora BOCA

A Editora BOCA — palavras que alimentam apresenta novos títulos e novos eventos.

Leia o nosso Boletim Informativo — Maio 2007

Novas boquenses: A Alegria de Gostar, de Jairo Aníbal Niño, na Feira do Livro de Lisboa, na Fermento (a celebrar o Dia Mundial da Criança) e na maior congregação de grávidas do país, a Feira Barrigas de Amor; lançamento do audiolivro A Carta da Corcunda para o Serralheiro, único texto de Fernando Pessoa assinado no feminino (Maria José).

Caso não queira receber os nossos boletins informativos, agradecemos que nos envie um mail para info@boca.pt

segunda-feira, maio 21, 2007

TELECENTROS NO SENADO

SEMINÁRIO PARA A APRESENTAÇÃO DA METODOLOGIA DE ATENDIMENTO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM TELECENTROS NO SENADO FEDERAL


Nesta semana, a Acessibilidade Brasil em convênio com o Ministério do Trabalho - Plano Nacional de Qualificação, está promovendo o Seminário para a Apresentação da Metodologia de Atendimento de Pessoas com Deficiência em Telecentros. O evento, apoiado pelo Senado Federal, será realizado nos dias 23 e 24 de maio, em Brasília, no Auditório Petrônio Portela do Senado Federal.

O objetivo do seminário é apresentar a metodologia para o atendimento de pessoas com deficiência em telecentros comunitários. Essa metodologia foi baseada na coleta de informações de milhares de atendimentos de pessoas com deficiência, idosos e pessoas com baixa escolaridade, no Telecentro Acessível de Taguatinga - TCA1, criado especialmente com esse objetivo.

O desenvolvimento dessa metodologia, financiado pelo programa Nacional de Qualificação do Ministério do Trabalho, e diversos aspectos técnicos do atendimento de pessoas com deficiência, tais como sistemas, equipamentos e tecnologias utilizadas, serão apresentados e discutidos, por especialistas durante o seminário, e seus resultados serão incorporados para a complementação da metodologia, que será distribuída, no próximo mês de junho, pelo Ministério do Trabalho para outros telecentros brasileiros.

O Telecentro Acessível de Taguatinga foi criado com apoio financeiro do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Acessibilidade Brasil.

Assunto: Seminário para a Apresentação da Metodologia de Atendimento
de Pessoas com Deficiência em Telecentros.
Data: 23 e 24 de maio de 2007, quarta e quinta-feira.
Horário: das 9h30 às 18h.
Local: Auditório Petrônio Portela, Senado Federal
Secretaria de Relações Públicas
Tel: (61) 3311-1919

terça-feira, maio 08, 2007

IPTV com linguagem gestual

Está lançado o primeiro canal de IPTV europeu com conteúdos feitos a pensar nos utilizadores com deficiência auditiva. O conceito surgiu no Reino Unido e procura dar resposta à falta de oferta para este público.

O canal da VeeSee TV exibe 24 horas por dia e foca os seus conteúdos sobretudo na área das notícias, mas conta também com outro tipo de programas.

Os utilizadores têm ainda acesso a um fórum de debate interactivo e uma área de conteúdos gerados pelo utilizador.

Fonte: http://tek.sapo.pt/

segunda-feira, maio 07, 2007

Museu Paulista oferece visitas monitoradas ao público especial

Os usuários do Centro de Orientação Psicossocial (Caps) Perdizes chegam ao Museu Paulista da USP, o Museu do Ipiranga, ansiosos para ver o que lhes foi descrito pela monitora Andrea Matos da Fonseca, em visita a eles na instituição que freqüentam. Agora, o grupo formado por homens e mulheres com idades entre 20 e 70 anos é recebido por ela para conhecer a exposição O Universo do Trabalho no Museu Paulista.

Um pouco da história da mostra e do local já tinha sido contada por ela previamente, por meio de objetos, na sua ida ao Caps. A visitação monitorada, com roteiro específico e preparação prévia do grupo, faz parte do Programa de Inclusão para Público Especial do Museu Paulista, que atende adultos e crianças com necessidades educativas especiais. A iniciativa tem o propósito de garantir atenção direcionada às necessidades de pessoas com deficiência intelectual, física, visual, auditiva ou múltiplas, distúrbios psicossociais e problemas de dependência química.

A preparação do grupo funciona como um laboratório. Nessa etapa é feita uma avaliação da expectativa dos futuros visitantes, com o intuito de lhes proporcionar, com a monitoria, facilidade de acesso físico e intelectual às obras do museu. Andrea explica que as peças levadas até eles constituem o acervo didático. São objetos antigos, similares aos do museu, adquiridos em antiquários e brechós: porcelanas, castiçais, estribo, peças de vestuário, como bengala e casquete, fôrmas (de tijolos, de queijo), máquina fotográfica, entre outras.

"Nós usamos esses objetos para instigar a curiosidade e antecipar uma idéia do que vai ser visto para poder conhecer as expectativas sobre ela", explica. Segundo a supervisora do Serviço de Atividades Educativas do Museu, a historiadora Denise Peixoto, o programa se fundamenta na construção de relações crítico-reflexivas com a realidade, o que significa valorizar a sensibilidade e a observação em vez de ressaltar a informação histórica de conteúdo didático.

"Procuramos destacar aspectos referentes à vivência, por meio de questionamentos como sobre os motivos de se construir um prédio como esse, a importância de preservá-lo e de expor coisas nele", explica Denise. "São detalhes que despertam sentidos muito particulares. Percebemos aqui que os toca muito mais o campo afetivo do que o cognitivo", observa a historiadora.

O auxiliar de enfermagem Odair Aquino, que acompanha o grupo, diz que o resultado de atividades como a visita ao museu é ótimo. "A maneira como eles são recebidos aqui ajuda para que não dispersem, já que se trata de pessoas bastante ansiosas, que têm dificuldade de se concentrar e se manter juntas", conta. "Eles estão adorando; se pudessem, fariam visitas como essa todos os dias", afirma Aquino.

Estagiária há um ano no Caps Perdizes, a estudante de enfermagem Poliana Pertence avalia que a inquietação característica deles no passeio foi substituída pela curiosidade. "A atividade mobiliza a observação e a indagação e os mantém longe da doença", julga.Viagem no tempo – O roteiro começa com a observação da Maquete da Cidade de São Paulo em 1841. É o início de uma viagem no tempo. Foi a atração preferida de Elaine França, de 23 anos, conforme revelou mais tarde. Ela gostou de reconhecer o Pátio do Colégio, o Teatro Municipal e a Praça da República. Por fim, o passeio mexeu com a sua imaginação. Disse se ver "como num sonho, dentro do Museu, vestida como uma princesa de azul à espera do príncipe que chega a cavalo".

A seqüência da visitação abrange a observação de peças utilizadas pelos Serviços Públicos na virada do século 19 para o 20. O carro de bombeiros da época causa sensação. É a atração preferida de vários homens presentes, que são maioria no grupo. "É totalmente diferente, muito mais bonito", observa Luiz Carlos da Silva, de 62 anos. Ele justifica a predileção pelo carro antigo: "Quando eu era criança, sonhava em ser bombeiro".

Silva conta que essa é a sua segunda visita ao Museu Paulista. Conheceu o prédio na infância, aos 10 anos. Tentando puxar pela memória se o carro já estava exposto em 1954, quando foi levado ao local pelos pais, só consegue se lembrar de seu tratamento. "Não me recordo. Não é à toa que freqüento o Caps. É por causa da minha memória fraca", alega.

A maquete do Museu Paulista, próxima parada, gera muitas perguntas. Andrea explica que o projeto original não foi seguido à risca. Previa mais duas alas, que não foram construídas. Vários "por quês" soam na sala. "Acabaram as verbas", justifica a monitora. Outra explicação: "É um dos primeiros prédios de tijolos do Estado. Eles vinham de várias partes do Brasil". "Como eram transportados?", pergunta Geraldo de Andrade, de 33 anos, presidente da associação dos funcionários e pacientes do Caps. "Com carro de boi", respondem alguns.

A caminho da próxima sala, Geraldo conta que a associação organiza passeios mensais e que no contato com o Museu Paulista teve uma boa surpresa ao saber que havia o serviço de monitoria especial. "Quase todo mundo veio, por causa da visita lá no Caps", afirma.

Na chegada ao Salão Nobre, onde se encerra a visita, a emoção toma conta de Rogério Batista, de 35 anos, ao avistar a pintura de Pedro Américo, "O Grito do Ipiranga", elaborada em 1888, já no final do Segundo Reinado. "Estou arrepiado", exclama. "Eu me vi nesse quadro. Parece que eu estou fazendo a mesma coisa que Dom Pedro, com meus amigos. "É uma imagem criada pelo artista, que quis representar com beleza o fato histórico", conta Andrea, "e não exatamente uma cópia da cena real".

Mas a empolgação não diminui por conta disso. Todos ficam com os olhos fixos no grande quadro e muitos comentam os detalhes. Para Joelson dos Santos, de 27 anos, parece uma cena de guerra. "Eles estavam lutando nesse dia? Se não tivesse a Independência, eles iam partir pro tudo ou nada", dispara.

Ao final, reunidos numa sala, conversam sobre o que cada um guardaria do museu se tivesse de escolher. As opiniões variam. Joelson e Luiz Carlos, o carro de bombeiros. Geraldo, assim como Elaine, a maquete da cidade de São Paulo. A lista continua: livros da sala onde estão fotografias, quadros.

Segundo Andrea, o ritmo da visitação sempre respeita a disposição do grupo. A monitora considera gratificante a possibilidade de oferecer essa atenção a públicos especiais. "Percebemos que as pessoas com deficiência são muito excluídas", avalia. "Aqui, eles encontram um espaço para falar de suas lembranças, de forma espontânea, que não lembre a dor", considera.Monitoria abrangente – O Serviço de Atividades Educativas (SAE) do Museu Paulista foi criado em 2001 com o intuito de garantir ao público visitante alternativas para tornar mais adequado e abrangente o contato com o acervo da instituição. Foi baseado em estudos de público que tinham o objetivo de conhecer melhor o perfil, as expectativas e as necessidades do visitante.

Essas pesquisas constataram a ausência de alguns segmentos da população paulistana na freqüência à instituição. A partir deles, pessoas com deficiências físicas, mentais, visuais, auditivas ou múltiplas, transtornos comportamentais, dependentes químicos e idosos com dificuldades físicas se tornaram públicos potenciais a reconhecer o museu como espaço de memória coletiva.

Os dados coletados revelaram ainda que a maioria do público que visita o museu tem o ensino médio completo e cursa ou já concluiu o ensino superior; 38,57% declararam renda individual superior a cinco salários mínimos e familiar acima de dez.

De acordo com a supervisora do SAE, Denise Peixoto, as ações abrangem desde as próprias pesquisas de público até a produção de materiais pedagógicos e de apoio à mediação, a participação na concepção das exposições e a elaboração de estratégias de mediação, que deram origem a vários programas, disponíveis desde o ano passado. Confira:

. Programa de Orientação para Professores – Oficinas de formação para professores da rede pública ou privada de ensino. Atende também educadores de outras instituições, estudantes universitários, profissionais de museus e de educação em geral. Os encontros são gratuitos e acontecem quatro vezes por mês, com até 45 participantes e jornada de quatro horas.

. Programa de Experiências Educativas – Destina-se à experimentação de estratégias de mediação, com o objetivo de estimular a implantação de novas linhas de ação do SAE. Atende grupos variados, de acordo com o projeto.

. Projeto Ludomuseu – Promove atividades de troca de experiências entre adultos e crianças, a partir das exposições. É oferecido para público espontâneo, em grupos formados com 15 minutos de antecedência no saguão do museu. Grupos já formados também podem participar, com agendamento prévio. Os atendimentos ocorrem todos os terceiros fins de semana de cada mês: sábados, às 10h30, e domingos, às 14 horas, com até 15 participantes.

. Programa de Inclusão para Público Especial – Atendimento direcionado a adultos e crianças com necessidades educativas especiais (deficiências físicas, mentais e distúrbios psicossociais), com roteiro elaborado para a visitação.

. Programa para Crianças em Situação de Risco Social – Direcionado, prioritariamente, para crianças em situação de vulnerabilidade social que freqüentam instituições sociais. Propõe monitoria específica para promover a apropriação de conhecimentos e a valorização do bem cultural.

. Programa de Atendimento a Jovens e Adultos – Direcionado a pessoas que freqüentam programas de educação de Jovens e Adultos, permite a apreensão dos acervos do museu de modo participativo.

Acervo educativo: acesso à arte

Entre o material elaborado especialmente para compor o acervo educativo, chama a atenção o equipamento desenvolvido para os portadores de deficiências visuais. São telas táteis, textos em braile e recursos multimídia, com narração descrevendo as pinturas.

O Serviço Educativo do Museu mantém contato com instituições de deficientes visuais que assessoraram a equipe na criação das peças. Há três telas táteis, que são reproduções em alto-relevo das originais, feitas em resina por uma artista plástica especializada. São elas: Fundação da Cidade de São Paulo e Combate dos Botocudos em Mogi das Cruzes, ambas de Oscar Pereira da Silva, e Pátio da Sé em 1862, de José Wasth Rodrigues.

Há à disposição também detalhes das telas em EVA, para identificação.

"Para nós é gratificante observá-los tendo acesso a informações que nunca tiveram", diz a monitora Andrea Matos da Fonseca. Ela conta que se emocionou ao presenciar a reação de um deficiente visual após o contato com a descrição da tela em braile: "Ele disse que nós também poderíamos aprender o código, para podermos ter acesso ao texto. Naquele momento, ele é quem quis nos incluir no seu mundo". O atendimento aos deficientes conta também com monitores que se comunicam pela linguagem Libras, de sinais.

SERVIÇO

Museu Paulista da USP

Parque da Independência, s/no – Ipiranga

Telefone 6165-8026

De terça-feira a domingo, das 9 às 17 horas

Agendamentos com o Serviço Educativo, pelo telefone 6165-8018

Simone de Marco

Da Agência Imprensa Oficial

(R.A.)
http://www.saopaulo.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=83795&c=6