sábado, abril 25, 2009

Há barreiras a mais no caminho dos tetraplégicos

Uma dezena de pessoas participou num concursopara lembrar as limitações diárias daqueles doentes

2009-04-15
JOÃO PEDRO CAMPOS

Portugal continua a ter muitas barreiras para os tetraplégicos. O Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro, na Tocha, lembrou, ontem, as dificuldades que aqueles doentes enfrentam no dia-a-dia.

Segundo o director do CMRRC, Jorge Laíns, "há vários obstáculos, quer arquitectónicos quer culturais, que são muito difíceis de ultrapassar". "Só o facto de se sentarem numa cadeira de rodas já tem um grande custo psicológico, mesmo quando às vezes a pessoa nem tem nada". O médico dá o exemplo do Japão, onde algumas cidades já quebraram as barreiras arquitectónicas e possuem maiores acessibilidades. "Isto diz muito da evolução das sociedades", considera. Entende ainda que a situação do tetraplégico é "horrível do ponto de vista pessoal", em que até para acções simples como coçar a cara é necessário pedir a alguém.

Para lembrar as limitações, e no seguimento do Dia do Tetraplégico, o CMRRC promoveu um concurso no qual os participantes se sentavam em cadeiras de rodas e recriavam actividades simples do dia-a-dia. "A ideia partiu de um tetraplégico aqui do centro e achámos que seria uma forma de dar a conhecer a situação complicada em que vivem", explica Jorge Laíns. O objectivo, prossegue, "não é dar a ideia de lamechice, que o tetraplégico é um coitado, mas sim fazer ver que todos têm direito à felicidade e a uma qualidade de vida".

Cerca de uma dezena de pessoas participou no concurso e comprovou as dificuldades quotidianas dos doentes, queixando-se sobretudo da impossibilidade de mexer as mãos.

A ideia partiu de Virgílio Lachado, de 24 anos. A 1 de Dezembro de 2007, ficou tetraplégico num acidente de viação, quando ia ao lado do condutor, e hoje só mexe a cabeça e os ombros. "Vê-se a vida de maneira muito diferente. Há uma perspectiva de querer e não poder", conta o paciente, há um ano no CMRRC. Adianta que a iniciativa surgiu para mostrar ao público "que o mundo lá fora não tem nada adaptado a pessoas na nossa situação".

O drama que vive não o impede, contudo, de viver a vida. "Através de um mecanismo, consigo aceder à Internet, falo com amigos no MSN e estou sempre a pesquisar tratamentos e inovações nesta área", sublinha. O maior sonho que tem actualmente é poder fazer as actividades essenciais sem ajuda. "Se pudesse comer e tomar banho sozinho, já seria muito bom", confessa.

Virgílio era empregado de escritório numa empresa de transportes públicos. Depois de ter tido o acidente, tem-se interessado por todo o tipo de tratamentos que podem ser feitos em deficiências motoras, seja em pesquisas ou em conversas com médicos e enfermeiros. "Há dois anos, não sabia nada, agora tenho quase um curso", brinca.

A concluir, Virgílio lamenta que a sociedade olhe para os tetraplégicos como "coitadinhos" e dá o exemplo de uma pessoa que conheceu já depois do acidente. "É tetraplégico e se tudo correr bem vai ser o primeiro engenheiro de reabilitação do país", conta.

segunda-feira, abril 20, 2009

AEG

Depois dos telemóveis para crianças é agora a vez dos terminais para utilizadores "séniores", através do novo Auro Confort 1010, da AEG.Teclas grandes para uma melhor marcação, caracteres com dimensão superior ao convencional e três teclas de marcação rápida para três números à escolha, mais uma de SOS, são algumas das características e funcionalidades adaptadas às necessidades de utilização dos mais velhos.

Outras funções igualmente adaptadas ao tipo de utilizador passam pela presença de um botão de emergência, de som amplificado e compatibilidade com aparelhos auditivos, bem como uma tecla para activação directa de modo mãos-livres.

O leque fecha-se com uma normal lanterna integrada no telemóvel, para que os utilizadores possam rapidamente encontrar iluminação em ambientes escuros... sem necessidade de andar com vários dispositivos no bolso.

Preço: €104,90

sábado, abril 04, 2009

Google facilita uso de telas sensíveis ao toque para deficientes

Francisco - Sistema torna qualquer lugar na tela sensível ao toque em número 5, facilitando a orientação de usuários no teclado virtual.

Acessibilidade é um problema para o iPhone e para os demais aparelhos touchscreen. Uma vez que eles não possuem controles físicos, é praticamente impossível para alguém com deficiência visual usar tais smartphones.

Engenheiros do Google apresentaram nesta sexta-feira (03/04) um modo inteligente de lidar com esse problema. O sistema funciona imitando o teclado de telefone tradicional, com o número 5 no meio e as demais teclas em volta.

Qualquer lugar da tela que o usuário clicar se torna a tecla número 5. Assim, basta deslizar o dedo para a esquerda para clicar no 4, para a direita o número 6, da mesma forma com que deficientes visuais se orientam para discar em telefones comuns.

Sendo uma tecnologia desenvolvida pelo Google, não se sabe se a Apple poderá aproveitá-la para seu aparelho. Mas o conceito de fazer o usuário controlar a interface baseado em onde ele toca pode trazer inovações na área.

O Google está dedicando bastante tempo em descobrir como fazer interfaces touchscreen funcionarem bem para usuários com deficiência visual.

A companhia já publicou seu projeto Eyes-Free, dedicado a outras ideias para essa público. O projeto é todo baseado no sistema operacional Android.
Dan Moren, editor da Macworld, dos EUA